domingo, 31 de agosto de 2008

Soneto de Um Suicida

[Autoria: Wiliam Fabricio]

Numa noite fúnebre, chuvosa, em que o céu rasgava-se
Ouvia-se o grito desesperador, de lamúria e dor
Ecoando nas lacunas, d’um metro quadrado sujo e lúgubre
Sob o domínio tenebroso do medo e da inquietude

Nunca mais tão feliz fora.
Desde quando questionara a si mesmo em outrora.
A própria existência monocromática e simplória,
Nem mesmo poderia coexistir com sua mortiça glória.

A agonia como um cronômetro ininterrupto seguia
Devido à lâmina que o atingira, em suas veias, jazia,
O resto de vida que aos poucos desfalecia

O cronômetro era em regresso.
E por ambicionar desvencilhar-se da própria casca
Enfim, alcançou o sucesso.