sábado, 6 de dezembro de 2008

Uma pedra

[Autor: Wiliam Fabricio]

Acostuma-te ao teu tenebroso fim
Que a tua própria alma cultua
Em noite, fria, observa a Lua
Que está tão distante quanto a tua razão.

Vês! A verdade é nua e crua
Assim como a tua própria pele
Que com a proximidade me repele
Tua cútis está pútrida e já fede!

Levanta-te desse imundo chão e te veste
Segue teu rumo, fúnebre, com teu coração,
ainda que a cada canto desse quarto ele infeste

Carregue contigo a tua frialdade
Na cama que me deito, pois,
apenas há espaço para uma pedra.

terça-feira, 21 de outubro de 2008

Usufruindo a Nostalgia Temporária

[Autor: Wiliam Fabricio]

Minha cútis está pútrida!
Até quando permanecerei no escuro
Envolta do medo de ser esquecida
Dentro de um quadrado que mal posso ver o muro?

Daqui ninguém ouve minhas harmonias
A cadência do meu ritmo está cada vez mais tardia
Até quando permanecerei no escuro
Envolta do medo de ser esquecida
Dentro de um quadrado que mal posso ver o muro?

Não consigo escrever algo que não seja triste
Pois, quando me olham, apenas lembram dos momentos de alegria
Até quando viveremos de nostalgia?

Até quando permanecerei no escuro
Envolta do medo ser esquecida
Dentro de um quadrado que mal posso ver o muro?

domingo, 12 de outubro de 2008

Esquizofrenia Móvel

Autoria: Fernando Rabelo

Esquizofrenia Móvel

 

Certo dia, estava voltando para casa, entrei em um ônibus. Enquanto passava pela roleta e entregava o dinheiro da passagem para o cobrador, o mesmo me olhou no rosto e disse:

            -“E então, o que você acha de agente sair neste sábado?”

            Não soube o que fazer. Em menos de um segundo repeti a frase na minha mente umas quinze vezes, trocando a ordem das palavras, tentando achar um outro significado pra cada uma delas, até tentei me convencer que isso poderia significar, ”não tenho troco para dez”. Mas não deu. Tudo que consegui dizer foi um tímido e gago “QUÊ?

            Minha cara de espanto de receber um convite desses de um desconhecido, ainda mais se tratando de um homem, mudou bruscamente para cara de idiota, assim que vi que o indivíduo estava com um fone de ouvido, destes que vem com microfone embutido para falar no celular.

            Logo, o cobrador fez um gesto dizendo que eu poderia passar e continuou a conversa com uma pessoa do outro lado da ligação.

            Fiquei pensando, se ao invés de mim, uma pessoa agressiva estivesse no meu lugar, o coitado do cobrador teria levado uns socos por estar falando no celular, como se a outra pessoa estivesse logo ali, em sua frente.

           

Já reparou que cada vez mais esta cena se torna comum? A cada dia vejo mais pessoas falando ao telefone e gesticulando exageradamente, apontando para o lado, fazendo sinais de aprovação ou de desaprovação com a cabeça. Parece que abriram as portas da Mansão Foster para Amigos Imaginários.

Acho que muitos esquizofrênicos disfarçam colocando um celular no ouvido, para ninguém perceber que estão falando com seres não existentes.

Por isso que toda vez que vejo um/uma figura falando no celular de maneira suspeita, começo a achar que ele não é muito certo da cabeça.  Perto da minha casa mesmo, tem um rapaz que todo dia, no mesmo horário está “falando” no celular aos berros, gritando que roubaram seu carro ou que roubaram o radio do carro dele.

Cada vez menos, as pessoas conversam quando estão perto uma das outras, seja por falta de tempo, seja por está vendo televisão ou navegando na internet. O fato é que quanto mais a comunicação de longa distância evolui, a de curta distância é deixada de lado.

segunda-feira, 8 de setembro de 2008

Sobre as nossas diferenças e os aprimoramentos que nos tornam insubstituíveis.


Dizer que todos nós somos substituíveis é no mínimo não obter bom senso, tendo em vista, a diferença que todos nós possuímos e aprimoramos ao longo da vida. Aprimoramos, desde pequenos, todas as nossas caracteristicas, sejam elas boas ou ruins. Nessa curta experiência, que chamamos de vida, conseguimos fazer amizades sinceras, sorrir, chorar, discutir, amar, odiar, se apaixonar, gritar, trabalhar, fazer cursos, obter responsabilidades, e uma infinidade de coisas que constroem a nossa personalidade e nos torna diferentes um do outro, proporcionando-nos, gradativamente, valores.


Atualmente, as coisas vêm tornando-se cada vez mais efêmeras, seja numa idéia que acabamos de pensar ou na escolha de uma profissão, ou até mesmo, um curso no ensino superior. Cada um de nós, por ser diferentes, por pensar diferentes, obtém escolhas diferentes, ou não, mas, ainda assim, há escolhas. Escolhas que são boas ou ruins, alegres ou tristes, pensadas ou impensadas, com conseqüências ou não.No momento, escolhi escrever esse texto, e fazer dele um tópico de agradecimento a alguém, que teve uma escolha, feliz, contudo, pra mim, relativa, e que fará muita falta. Uma pessoa SEMPRE solidária, humilde, prestativa, e que sempre foi um dos pilares, no que diz respeito a interesse, responsabilidade, estabilidade, concentração e harmonia dentro e fora da banda. Que serve de exemplo pra muita gente apesar de não querer.

André, ou melhor, Castanha, obrigado por tudo que já fizestes dentro da banda. Desejo que a sua escolha se fortaleça cada dia mais, proporcionando-te felicidades e energias positivas. Que seus desejos realizem-se, e que continues sendo esse ser de imensa luz que és. Foi uma honra imensurável poder fazer shows com você, aprender música, trocar aquelas idéias, sentir-se realizado e com a sensação de trabalho cumprido a cada boa apresentação, precedida de pressão, esforço, dedicação e aprendizado.

Luz e Saúde, guerreiro

Will

domingo, 31 de agosto de 2008

Soneto de Um Suicida

[Autoria: Wiliam Fabricio]

Numa noite fúnebre, chuvosa, em que o céu rasgava-se
Ouvia-se o grito desesperador, de lamúria e dor
Ecoando nas lacunas, d’um metro quadrado sujo e lúgubre
Sob o domínio tenebroso do medo e da inquietude

Nunca mais tão feliz fora.
Desde quando questionara a si mesmo em outrora.
A própria existência monocromática e simplória,
Nem mesmo poderia coexistir com sua mortiça glória.

A agonia como um cronômetro ininterrupto seguia
Devido à lâmina que o atingira, em suas veias, jazia,
O resto de vida que aos poucos desfalecia

O cronômetro era em regresso.
E por ambicionar desvencilhar-se da própria casca
Enfim, alcançou o sucesso.

sexta-feira, 21 de março de 2008

...

Durante algum tempo a falta de sorte tem circundado-me. Não sei exatamente o motivo. Talvez, eu esteja pagando por algo que fiz, e ainda não me redimi. Contudo, acredito que não o seja, pois, toda vez que oro, agradeço sempre por mais um dia de vida, peço para que Deus perdoe todos os meus pecados, e abençoe os meus amigos, os amigos dos meus amigos, minha família, meu relacionamento...

Muitas lágrimas rolaram nesse tempo. Contudo, tenho sentido que cada vez mais a emoção em mim, torna-se cada vez mais reprimida. Às vezes, com determinadas situações, em que alguém choraria, eu simplesmente entristeço-me, e penso o pior sobre os meus sentimentos. Questiono-me de minha "frieza". A única coisa que sei, é que não sei até quando eu vou suportar isso. Às vezes, precisamos não chorar, pra poder aparentar sermos fortes, e somos, pois com isso estamos ajudando a outros, dando conselhos e nos fortalecendo. O nosso subconsciente desencadeia uma lógica e indeterminadas alternativas para ajudar o próximo a qualquer custo.
Fiquei muito triste, quando observei a vida do meu primeiro animal de estimação esvair-se. Triste ao ponto de machucar e culpar o próximo, a quem tento sempre proteger... Triste por não poder fazer absolutamente nada... Triste por ter a cruel visão de um ser agonizando em dores... tristeza... emoção nociva que vai nos alimentando ao longo dos anos...

Semana passada, encontrei um gato preto, aparentemente de um mês, na chuva. Mal conseguia se locomover. No dia seguinte, levei-o ao veterinário e lá foi diagnosticado que ele estava consumido por bichos, que alimentavam-se da carne dele, devido aos ferimentos que ele tinha, sem contar o início da sarna. Após sentir fortes dores, enquanto retirava-se os bichos, o animal (chamado de Pierre provisoriamente) já podia mover-se melhor. Ao chegarmos em casa, depois de ter tomado uma série de medicamentos, o gato exausto, foi dormir. Algumas horas mais tarde, notava-se a melhoria em sua locomoção, e alívio, porém, ainda não estava alimentando-se. Na segunda-feira à noite, infelizmente, recebi a notícia da minha irmã, que enquanto ela limpava as remelas dele, ele simplismente faleceu. Fiquei triste com a notícia, gostaria de ter passado mais tempo com ele, se possível anos, entretanto, ele não conseguiu resistir...

Meu primeiro gato, o Naruto, me cativou bastante. Fez com que de fato, eu gostasse de gatos. Acariciava-o infinitas vezes. Sinto muitas saudades dele.
Não me canso de lembrar das vezes em que ele dormia no meu colo, dormia na cama, comigo, no meu braço. Eu gostava muito de acariciá-lo. É muito bom lembrar desses momentos.
Na terça-feira à noite, ao chegar do trabalho, encontro outro gato, na minha porta. De frente para o portão fechado. Ao abrir o portão, ele sobe as escadas, e pára. Eu lá em cima, o chamo. Ao mesmo tempo eu balanço o potinho de ração, e ele vem correndo. Observo-o de cócoras, mas, ele não come. Ele prefere esfregar sua minúscula cabeça, na minha mão, fazendo com que eu acaricie-o até ronronar.

O fato é que resolvi adotá-lo, ainda não o levei no veterinário, por falta de grana. Mas, aparentemente ele está bem. De banho tomado, alimentando-se, e recebendo MUITO carinho. Ele é muito carente e magrinho. Muito bom acariciá-lo, pois, ele é muito dócil. Aparentemente ele tem uns três meses, em breve, irei tirar algumas fotos. Ainda não lhe dei um nome, inclusive, estou aceitando sugestões...

Apesar dos fatos, consegui iniciar um novo ciclo. Na sexta-feira, um dia após a entrevista de emprego, recebi uma ligação notificando-me de que eu havia sido selecionado para fazer parte da empresa. Essa foi a minha primeira semana, na empresa. Está tudo ocorrendo bem. Minhas atividades não serão tão incomuns quanto as que eu costumava praticar.
Um novo começo, uma nova fase, creio que é disso que preciso. Agora é dedicar-se, estudar, aprender, ser feliz e seguir em frente. Que Deus nos abençoe!

Luz e Saúde

Will

terça-feira, 26 de fevereiro de 2008

Improviso

Autoria: Wiliam Fabricio


Como já cantam os meninos

Que foram além da Favela

Buscando fugir dessa dor infantil

Criaram a Passarela... que é 10!


Não há diversão no circo de horror

Tanta negligência, quanta má vontade

O cavalo preto, era pra ser um pacificador

Mas, é apenas um cavalo que por onde trota fica a dor...

E ainda pensam que ajudam a cidade

 

Sua chegada vem com o anoitecer

Em meio ao silêncio, encontra-se a bala perdida

Lá se vai mais uma vida

Que deveria ser vivida